Além do Bem e do Mal um é livro filosófico escrito por Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900) e publicado pela editora Lafonte no ano de 2017. Neste discurso filosófico, o autor correlaciona a influência dos saberes religiosos ou da moral religiosa acompanhada por uma divindade sobre os valores morais comuns, questionados à nível de ciência para entender até que ponto são dogmáticos (uma doutrina que não é discutível), cientificamente falando ou não. E o quanto os instintos “bons” e “maus” poderiam direcionar estes valores morais para além do bem e do mal.

A doutrina do condicionamento recíproco dos “bons” e dos “maus” instintos já é suficiente, por causa da recriminação de imoralidade mais sutil que pode ser dirigida contra ela para pôr na angústia uma consciência forte e corajosa. É pior ainda quando se trata da possibilidade de deduzir todos os bons instintos dos maus (NIETZSCHE, 2017, p. 37).

          Desconstruindo desta forma as “certezas imediatas” (certezas absolutas) dos “conhecimentos absolutos”, assim como é tido de forma religiosa pela visão cristocêntrica, sendo irrefutáveis por meio da fé nos saberes populares de um determinado povo em evolução. O autor discute:

Há ainda observadores bastante ingênuos para crer que existem “certezas imediatas”, por exemplo, “eu penso” ou, como acreditava Schopenhauer, “eu quero”. Como se o conhecimento conseguisse apreender seu objeto pura e simplesmente, sob forma de “coisa em si”, como se não houvesse alteração nem do lado do objeto nem do lado do sujeito (NIETZSCHE, 2017, p. 29).

            Reconhecendo a noção de um “eu” detentor de conhecimentos e saberes, como também, um “eu filosófico” que está em constante mudança e desenvolvimento conforme o espaço-tempo, o autor proporciona a indagação “de onde retiro minha noção de pensar”? E quais são os meios de dominação e poder históricos que estão influenciando negativa ou positivamente a formação desta noção e modo de pensar.